Nós queremos Reinventar o DCE para que ele seja mais propositivo. Não adianta ficar fazendo caricaturas e ser sempre "conta tudo e contra todos" se não apresentar alternativas. Queremos um DCE que dispute os rumos da Universidade. Um DCE com opinião e que não se omita nos momentos importantes da UFF. Exemplos disso é o caso do REUNI, o programa de expansão polêmico que polarizou as opiniões da comunidade acadêmica, em que a atual gestão (Chapa 1 ) se posicionou contra e furtou de disputar as verbas desse projeto. O que vemos hoje é dezenas de obras surgindo (a maioria atrasada e sem nenhuma cobrança do DCE) sem nenhuma opinião dos estudantes. No interior, onde em muitos pólos ainda existem situações precárias, o nosso DCE não disputou as verbas para que solucionassem estes problemas. Deixando assim uma apropiação conservadora desse projeto de expansão que trouxe mais de 200 milhões para a UFF e centenas de concurso para docentes (também sem fiscalização). Outro exemplo, este um pouco mais recente, foi a questão da consulta eleitoral para o novo Reitor. Novamente o nosso DCE (contra tudo e contra todos) foi contra os dois candidatos que se apresentaram e também não teve a capacidade de construir uma candidatura dos estudantes. Nesse momento o que estava em pauta era a questão da gratuidade. Todos sabiam quais eram os candidatos e quais deles se comprometiriam com o resultado do plebiscito. Mesmo assim o DCE se omitiu. Não apresentou nada, não fez debate, não chamou os estudantes a participar. Mais uma vez ficamos sem opinião e a paridade - uma conquista histórica do Movimento Estudantil, onde todos os segmentos da comunidade acadêmica tem o mesmo peso ( professor, técnico e aluno) - foi jogada no lixo.
O engraçado é que a Chapa 1 - atual gestão do DCE que não apresenta nenhuma conquista - fica nos acusando de ser a chapa dos CURSOS PAGOS por conta de uma carta de apoio da Escola da Engenharia. Primeiro, nenhuma das chapas poderia se posicionar de tal maneira visto que o plebiscito foi OFICIAL. Também seria um suicídio político apoiar tal proposta já que na própria consulta houve uma vitória bem expressiva, sendo 11 mil estudantes a favor da gratuidade. De fato, na nossa chapa há estudantes da engenharia que hoje fazem um debate dos cursos pagos, pois na realidade do curso deles eo financiamento desses cursos são importantes. Porém iremos demoniza-los por fazer esse debate?! Acreditamos que o DCE tem que ser mais plural, representativo. Ficar caricaturando quem não tem opinião semelhante ao DCE é muito prejudicial para a própria entidade. Esses estudantes de Engenharia fazem esse debate e não podemos nos fazer surdo a isso. Temos agora que apresentar alternativas e propostas para garantir a permanência desses cursos e que eles se tornem gratuitos. Mais uma vez nosso Diretório Central se furta em construir um alternativa e foge no debate aqui na UFF dizendo que irá construir um plebiscito nacional. A idéia é valida, porém onde fica a vitória da unidade do Movimento Estudantil da UFF. Nós, da chapa 3, queremos que esses cursos sejam gratuitos e por isso acreditamos e nos somamos a UNE na disputa pelo Plano Nacional de Educação ( PNE ) para conquistar mais verba PÚBLICA para a educação. Emendas como os 10% do PIB para educação e os 50% do Fundo Social do Pré-Sal para educação já foram apresentadas. Este último inclusive já foi aprovado pelo Congresso porém foi vetado pelo ex-presidente Lula. Isso mostra que essa luta é viável e concreta e que temos força para derrubar este veto.
Acreditamos que está na hora de mudar o DCE da UFF. Reinventa-lo para que ele possa estar mais presente no cotidiano de todos. Porque para muitos alunos o DCE hoje é apenas mais uma sigla, ou então mais um bar. Hoje somos a maior chapa de oposição e nos posicionamos como uma alternativa viável. Já esperávamos ataques daqueles que dirigem o DCE por favores politicos, sempre onerando os interesses dos estudantes. De quem vai com o pires na mão pedir verbas, fazendo uma política de balcão perigosa. Daqueles que despolitizam o processo com ataques, pautando a eleição em mentiras. Tentamos não cair nesse joguinho, mas acreditamos que esclarecimentos precisam ser feitos.
E aí, vamos mudar?